Alex Revox Jr estreia em grande estilo com Le monde selon Alex: um clássico instantâneo da música eletrônica.
- Nosso Som
- 23 de abr.
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Alguns álbuns não apenas se apresentam — eles se impõem. Le monde selon Alex, disco de estreia de Alex Revox Jr, é um desses casos raros em que a primeira impressão já carrega o peso e a sofisticação de uma obra destinada a se tornar referência. Mais do que uma introdução, o álbum é uma declaração artística clara, ousada e profundamente autoral.
Desde os primeiros segundos, fica evidente que estamos diante de um artista que conhece a fundo os caminhos da música eletrônica — suas raízes, suas revoluções, suas possibilidades. Inspirado por nomes como Pierre Henry, Kraftwerk, Gong, Amon Düül, Philip Glass e Terry Riley, Revox Jr vai além da simples homenagem: ele reconstrói essas influências sob uma ótica inventiva, onde o rigor técnico convive em harmonia com o espírito lúdico da experimentação.
Cada faixa do disco é um território explorado com curiosidade científica e intuição artística. Síntese modular, ambiências cósmicas, minimalismo e psicodelia se entrelaçam em composições que tanto desafiam quanto seduzem o ouvinte. E entre camadas de texturas sonoras, uma ironia discreta — quase imperceptível — surge como assinatura, revelando a leveza de quem domina a linguagem a ponto de brincar com ela.
É raro encontrar um debut tão coeso, tão seguro de si e, ao mesmo tempo, tão livre. Em Le monde selon Alex, Alex Revox Jr não apenas se posiciona como herdeiro de uma linhagem vanguardista: ele se estabelece como um novo nome a ser levado a sério na cena eletrônica contemporânea.
Mais que um disco, o álbum é um convite imersivo — à escuta atenta, ao devaneio estético, ao futuro da música feito com alma, rigor e um toque de irreverência. Um mundo à parte, onde cada faixa é uma janela aberta para a criatividade sem limites.
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