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GLITCHGIRL.EXE: Piper Connolly apresenta RED em um remix explosivo de “welcome back girl”.


O universo glitch-pop acaba de ganhar uma nova referência com GLITCHGIRL.EXE, o mais recente EP conceitual de Piper Connolly. E quem abre as portas para esse mundo digitalizado, caótico e emocional é a faixa “welcome back girl (hi 5 remix)”, uma reinterpretação feroz que apresenta RED, a persona mais intensa e distorcida da artista.


Mais do que um remix, a faixa funciona como um reboot emocional e sonoro. Enquanto a versão original já carregava a tensão de um retorno marcado por dúvidas e transformação, a releitura assinada como hi 5 mergulha de cabeça em uma estética hiperpop carregada de ruído, glitch e dor sublimada.


Uma viagem sonora fragmentada e radical

Logo nos primeiros segundos, “welcome back girl (hi 5 remix)” deixa claro que o terreno é instável. Synths quebrados, vocais fragmentados e quebras de ritmo imprevisíveis criam uma paisagem sonora densa e desconfortavelmente bela. A faixa soa como se estivéssemos escutando uma transmissão corrompida de alguém tentando reaparecer — e sendo forçada a gritar para ser ouvida.

Influências de nomes como SOPHIE, Arca e 100 gecs são perceptíveis, mas o que realmente se destaca é a assinatura emocional de Piper. RED, seu alter ego, vive num espaço entre o humano e o digital, carregando memórias em conflito e códigos emocionais falhos.


Letra em looping, glitches e afirmação brutal

Narrativamente, RED surge como a versão 2.0 de alguém que já foi descartada. A letra, intensificada pelo remix, é um mantra de reprogramação: frases se repetem como bugs conscientes, enquanto a voz de Piper alterna entre sussurros digitais e gritos robotizados. “I’m back — but not the girl you knew” é o ponto de ruptura e renascimento.


A faixa transforma vulnerabilidade em potência. Não há concessões. É uma autoafirmação barulhenta, suja e brilhante — exatamente como RED pretende ser.


Estética imaginada: uma rave de alma corrompida

Se fosse imagem, o remix seria uma tela rachada em vermelho, pulsando entre códigos binários e glitches emocionais. É cyberpunk com alma, uma rave sentimental onde os sentimentos vêm em bits e gritos. Tudo é distorcido, inclusive a forma de amar, de lembrar e de retornar.


Conclusão: o glitch como manifesto

Com “welcome back girl (hi 5 remix)”, Piper Connolly não apenas reinventa uma faixa — ela estabelece uma nova persona dentro do universo GLITCHGIRL.EXE. RED não pede licença: ela invade, corrompe, reconstrói. E mostra que, nesse universo, o glitch não é defeito — é identidade.

O remix é intenso, arriscado e profundamente emocional. Uma entrada perfeita para quem quer entender até onde o glitch-pop pode ir — e como pode doer bonito.



 
 
 

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