Ricardo Isea mergulha nas dores da ausência em “Dime”, seu novo e delicado single
- Nosso Som
- 21 de jul.
- 2 min de leitura

No segundo single de seu aguardado EP de estreia, Ricardo Isea vai além da melodia. Em “Dime”, o artista venezuelano entrega uma espécie de sussurro emocional — uma confissão íntima e sutil, que reverbera com força justamente por não gritar. É uma canção sobre o que não foi dito, sobre as perguntas que ficam depois que alguém se vai, sobre a saudade que se instala e não dá trégua.
Produzida por Lorenzo Barriendos — nome de peso, com trabalhos reconhecidos no Latin Grammy —, a faixa aposta em uma construção sonora sofisticada, mas nunca excessiva. Tudo soa no lugar: a melodia é leve, quase flutuante, e sustenta com cuidado a doçura da voz de Isea. A produção respeita o espaço das emoções, deixando que cada acorde e silêncio respirem. O resultado é uma ambientação nostálgica que acolhe e machuca ao mesmo tempo.
O maior mérito de “Dime”, no entanto, está na sua humanidade. Ricardo canta com uma entrega comovente sobre gestos miúdos, memórias domésticas, silêncios pesados. Em cada verso, há uma tentativa de compreender o vazio deixado por alguém, de revisitar lembranças com carinho — e também com dor. É essa verdade emocional, exposta sem medo, que faz com que a canção dialogue com quem já sentiu saudade de verdade.
Com apenas dois singles, Ricardo Isea já se desenha como uma das vozes mais promissoras da nova cena pop latina. Em um universo musical que muitas vezes aposta no excesso, ele surge como um contraponto: sensível, elegante e autoral. “Dime” cresce a cada audição, tocando fundo justamente por não tentar impressionar — apenas tocar.
Produção refinada, interpretação honesta e potencial enorme: “Dime” é, ao mesmo tempo, um lamento e um abraço. Uma canção que não apenas se escuta, mas se sente. E Ricardo Isea deixa claro: sua música veio para marcar.
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