Kapadócio alcança novos horizontes sonoros com “Parar na Lua”
- Nosso Som

- 27 de out.
- 2 min de leitura

Com Leves Loucos, seu álbum de estreia, a Kapadócio demonstra uma capacidade rara de transformar a tensão do cotidiano em pura experimentação sonora. O single “Parar na Lua” é o ápice desse mergulho criativo, flutuando entre o concreto paulistano e paisagens imaginárias que poderiam estar em qualquer satélite distante. A faixa combina guitarras cheias de groove, linhas de baixo pulsantes, batidas que mesclam drum n’ bass e samba-rock e camadas eletrônicas sutis que criam profundidade e movimento. Desde os primeiros segundos, a música captura a atenção do ouvinte, revelando a maturidade da banda na construção de atmosferas complexas e envolventes, onde cada elemento sonoro parece cuidadosamente posicionado para criar uma experiência sensorial completa.
A letra de “Parar na Lua” reflete essa dualidade entre realidade e fantasia, explorando o desejo de fuga para lugares imaginários como Aruba, Cuba ou a própria Lua. Com ironia e sensibilidade, a Kapadócio cria imagens poéticas que equilibram leveza e profundidade, permitindo que o ouvinte se perca na música sem perder a conexão com o cotidiano. É uma faixa que consegue ser dançante e reflexiva ao mesmo tempo, mantendo os pés firmes na cidade, mas a mente sempre pronta para voar. Essa combinação de elementos transforma a música em uma ponte entre o urbano e o cósmico, reforçando a assinatura única do quarteto e sua capacidade de dialogar com diferentes camadas emocionais e sensoriais.
Musicalmente, a Kapadócio consegue equilibrar influências diversas sem perder identidade própria. É possível perceber ecos do balanço psicodélico de Jorge Ben, do samba-rock moderno de Marcelo D2 e da energia contagiante de BaianaSystem, mas filtrados por uma estética própria que torna a banda imediatamente reconhecível. “Parar na Lua” é mais do que um single de destaque: é uma demonstração clara de talento e visão artística, consolidando a Kapadócio como uma das apostas mais criativas e inovadoras da nova cena musical brasileira. É música autoral que respeita tradições, experimenta com o presente e aponta para o futuro, convidando o público a se perder — e se encontrar — entre ruas, sonoridades e satélites.






Comentários